quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Establishment é outro e ninguém percebeu

Lia-se hoje no facebook de alguém:

"Para a Rachel Sheherazade, a agressão, pelos ~justiceiros~ do Flamengo, de um adolescente acusado (por quem?) de roubo (de quê?), é "justificada". Afinal, o "marginalzinho" teria a "ficha mais suja do que pau de galinheiro". Já quando o assunto é Justin Bieber, a reação da apresentadora é um pouquinho diferente: o "menino prodígio", que agrediu repórteres e pichou muros durante sua visita ao Brasil, está em "fase de crescimento", é a "síndrome da adolescência". "Atire a primeira pedra quem nunca se perdeu de si mesmo", diz Rachel. E finaliza, com um sorrisinho maternal cheio de compreensão: "peguem leve com o Justin, o menino está só crescendo". Ganha uma bala quem conseguir me explicar essa mudança. A tal história de que "isso não tem nada a ver com racismo e classe social" ainda se sustenta?"

http://www.youtube.com/watch?v=dI2enm6JB9g

Eu explico e exijo minha bala.

As pessoas são tão focadas em ver em tudo sinal de bipolaridade que se esquecem de olhar as coisas pelo que elas realmente são.
Comparar Justin Bieber com um adolescente como esse menino, vai além de olhar para as cores de suas peles e suas classes sociais e tal comparação é incorreta (não preciso nem falar que também injustiça).
Eles são fruto de dois problemas completamente distintos e Rachel Sherazade, como uma mulher brasileira inteligente, compreende isso mais que qualquer petista de plantão.
Justin Bieber, longe de ser exemplo de conduta pelas suas recentes aventuras, sofre de um mal que atinge milhões de adolescentes mundo afora: falta de limites, excesso de liberdades. Desde cedo foi privado (por escolha própria ou não) da convivência da familia, de uma educacação normal. Seu problema? Pura e simples falta de educação, exarcebada por uma adolescencia conturbada e um excesso de atenção da mídia.

A criminalidade crescente no Brasil já é outra história....
Não existe comparação entre os dois garotos apresentados e colocar os comentários lado-a-lado é injusto e uma tentativa baixa de desmoralizar Rachel Sherazade (como a esquerda no Brasil sempre faz com os dissidentes).

Falar que um menor acaba indo pro o mundo do crime por razões de racismo ou elitismo é ser simplório e, honestamente, idiota demais para o meu gosto.
Num país onde a educação pública não existe, onde o paternalismo já virou doença, onde a moral não existe em lugar nenhum, a crítica feita pela repórter faz todo sentido. Sua posição, crítica voraz de um governo que deixa o seu país mergulhar cada dia mais na própria lama de insegurança, deve ser vista pelo o que ela realmente é: um apelo para uma mudança urgente nesse estado de quase-guerra em que vive o povo brasileiro.

E termino: posso ver mais amor no seu comentário ao jovem brasileiro, seu conterrâneo, que na sua opinião em relação ao cantor americano. Quanto ao este, percebemos que a apresentadora se importa tão significantemente menos por ele que volta seu apelo mais à mídia que o critica que ao próprio adolescente.
Rachel Sherazade é brasileira, e reclama por um pais onde meninos (de qualquer cor) não sejam mais "vítimas" de justiceiros, já que estarão nas escolas, nos parques, nos campos de futebol. Reclama por um país que não precisará mais de justiceiros, pois a polícia será eficiente e respeitada. Reclama por um país onde toda crime será punido e nós tenhamos orgulho de um governo que não assiste à sua juventude se perdendo no crime de braços cruzados.

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