domingo, 11 de agosto de 2013

Cuidado com suas virtudes...

Eu ando com uma idéia que está tendo uma dificuldade imensa de sair da minha cabeça e vir parar aqui na tela do meu computador.

A uns dias atrás aprendi a importância da prudência e como essa virtude é imprecindível para a prática de todas as demais virtudes.

Mas para começar, vamos ver o que nos diz o Catecismo da Igreja:

"A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir.
'O homem prudente vigia os seus passos' (Pr 14, 15). 

'Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar' (1 Pe 4, 7). 
A prudência é a 'reta norma da ação', escreve São Tomás seguindo Aristóteles. Não se confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou dissimulação. É chamada 'auriga virtutum – condutor das virtudes', porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida. É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar." (CIC 1806)


Em primeiro lugar, é importante notarmos que, diferentemente do que a maioria das pessoas acredita, prudência não é a qualidade do cauteloso ou medroso. O prudente é aquele que coloca paixões, medos e sentimentos exagerados de lado para ser capaz de tomar decisões a partir de todas as outras virtudes (a saber: além das teologais - fé, caridade e esperança, as cardeais -  justiça, a fortaleza e a temperança). 

As virtudes conferem facilidade, domínio e alegria para se levar uma vida moralmente boa, com fins à nossa vocação maior que é o céu.
Então é isso! A prática das virtudes é o nosso caminho para a salvação. Mas se o homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem, então todo aquele que pratica o bem tem sua salvação garantida?
Bom, tenho aprendido que não é bem assim. Não basta fazer o bem, mas é necessário fazer o bem pelos motivos certos, isento de paixões, medos e sentimentos exagerados. Isso mesmo! Através da prudência. 
Assim, ações que parecem nascidas de virtudes puras podem ser, na verdade, ser fruto de vaidades, paixões, medos, carências e muitos outros sentimentos não muito louváveis. 

E assim também, podemos dizer que a falta de prudência é causa de vício nas nossas ações, muitas vezes invalidando-as.

Por isso, cabe a cada ato nosso uma análise honesta da nossa força motriz. Porque fazemos o que fazemos? Porque somos quem somos?

Concluo com a principal dúvida que me aflinge nesse dia:
Quando somos caridosos é porque amamos o outro ou porque queremos ser amados?
Devemos ser prudentes até mesmo no amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário